terça-feira, 24 de abril de 2012

Eu sou assim e os outros que se aguentem...


... Uma pessoa diz: «Eu sou assim e os outros que se aguentem, porque não há nada a fazer», está a demitir-se de ser pessoa, a desresponsabilizar-se. E o pior é que muitas vezes pode acrescentar a frase terrível: «E cá sou muito sincero, aquilo que tenho a dizer digo! Não me venham cá com coisas, esteja quem estiver, eu digo o que tenho a dizer!»...



Há quem lhe chame sinceridade. Mas isso nada tem a ver com sinceridade! Será uma descarga emocional. Será tratar as outras pessoas como se fossem um caixote de lixo. Será dizer o que lhe vem à cabeça. E os outros que se aguentem.


Ora, isto não é ser sincero! É ser descontrolado, para não dizer malcriado!


Só sou sincero se atendo à pessoa a quem me dirijo!


... E já nem falo das pessoas que, depois de «desbobinar» tudo, declaram: «Mas ao menos disse tudo o que tinha a dizer, ao menos aproveitei a ocasião para...» Isso, então, é inqualificável.... Além de ser um comportamento próprio de adolescentes, é ridículo. Faz lembrar aqueles miúdos que dizem uns aos outros: «Eu sou mais forte do que tu e o meu pai é polícia! Ganhei!» Francamente...




Laurinda Alves e Alberto Brito, sj. Ouvir, Falar, Amar.

sábado, 21 de abril de 2012

A Palavra_Quarta- Feira 18/04- I Cor, 4


1. Que os homens nos considerem, pois, como simples operários de Cristo e administradores dos mistérios de Deus.
2. Ora, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis.
3. A mim pouco se me dá ser julgado por vós ou por tribunal humano, pois nem eu me julgo a mim mesmo.
4. De nada me acusa a consciência; contudo, nem por isso sou justificado. Meu juiz é o Senhor.
5. Por isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece.
6. Se apliquei tudo isso a mim e a Apolo foi por vossa causa, para que, por meio de nós, aprendais a não ultrapassar o que está escrito e para que vos não ensoberbeçais tomando partido a favor de um e com prejuízo de outrem.
7. O que há de superior em ti? Que é que possuis que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se o não tivesses recebido?
8. Já estais fartos! Já estais ricos! Sem nós, sois reis! Praza a Deus que reineis, de fato, para que também nós reinemos convosco!
9. Porque, ao que parece, Deus nos tem posto a nós, apóstolos, na última classe dos homens, por assim dizer sentenciados à morte, visto que fomos entregues em espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens.
10. Nós, estultos por causa de Cristo; e vós, sábios em Cristo! Nós, fracos; e vós, fortes! Vós, honrados; e nós, desprezados!
11. Até esta hora padecemos fome, sede e nudez. Somos esbofeteados, somos errantes,
12. fatigamo-nos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Insultados, abençoamos; perseguidos, suportamos; caluniados, consolamos!
13. Chegamos a ser como que o lixo do mundo, a escória de todos até agora...
14. Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas admoesto-vos como meus filhos muitos amados.
15. Com efeito, ainda que tivésseis dez mil mestres em Cristo, não tendes muitos pais; ora, fui eu que vos gerei em Cristo Jesus pelo Evangelho.
16. Por isso, vos conjuro a que sejais meus imitadores.
17. Para isso é que vos enviei Timóteo, meu filho muito amado e fiel no Senhor. Ele vos recordará as minhas normas de conduta, tais como as ensino por toda parte, em todas as igrejas.
18. Alguns, presumindo que eu não mais iria ter convosco, encheram-se de orgulho.
19. Mas brevemente irei ter convosco, se Deus quiser, e tomarei conhecimento não do que esses orgulhosos falam, mas do que são capazes.
20. Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em atos.
21. Que preferis? Que eu vá visitar-vos com a vara, ou com caridade e espírito de mansidão?





sábado, 14 de abril de 2012

Meu Senhor e Meu Deus!


"Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto»".

"Ficará para sempre a confissão de fé de Tomé: "Meu Senhor e Meu Deus". Diante de Jesus ressuscitado não são necessárias muitas palavras. A experiência de encontro é tão forte e sublime que leva à contemplação, ao êxtase. Com Tomé, também nós rezamos, repetimos (em silêncio), professamos a nossa fé, num dos momentos mais extraordinários, o mistério da fé por excelência, o da CONSAGRAÇÃO, quando o Pão e o Vinho dão lugar à pessoa de Jesus Cristo, PÃO divino, o lugar à adoração. Somos privilegiados, não O vimos fisicamente, mas participámos deste milagre maior: "felizes os que acreditam sem terem visto".
A cada passo evocamos a memória do apóstolo: crer como Tomé, ver para crer. A dúvida do Apóstolo é compreensível, uma vez que a RESSURREIÇÃO é um acontecimento inaudito, novo, extraordinário, que sai fora do humanamente expectável. Veja-se o caso dos discípulos de Emaús (evangelho de são Lucas), que tendo ouvido dizer que Ele ressuscitara, pois as mulheres encontraram o túmulo vazio (como podem constatar também alguns discípulos) e apareceram-lhes uns anjos, estão tristes, ainda não acreditam, até Jesus Se manifestar na fração do pão. Do mesmo jeito, o demais apóstolos, acreditam porque veem, e não porque outros o testemunharam."


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Comunicado


É com tristeza e muito pesar que lhes comunicamos o falecimento do nosso querido amigo e membro desta oficina de Oração, Fernando (cunhado da Maria).
O funeral será celebrado amanhã, sexta-feira, dia 13 de Abril, às 18 horas, na capela mortuaria de Lordelo, de Paredes.


Rezemos pelo descanso eterno do nosso querido amigo e irmão de caminhada e que Deus o recompense por todo bem realizado.


A importância da Oficina de Oração.


Para que serve a Oficina de Oração ?


Quando começamos a fazer parte da nossa Oficina de Oração, sempre ouvíamos algumas perguntas do tipo: "Para que isso? Grupo de Oração serve para quê?"


Tendo em base essas perguntas, os itens abaixo abordam a necessidade que temos hoje, quanto os instrumentos vivos que Deus utiliza.


1. Motivam-se a seguirem na prática do evangelho com o mesmo objetivo de seguir sinceramente a Deus.


2. Crescer com experiências pessoais (acção de Deus perceptível na vida da pessoa) que são vividas no grupo e fora dele.


3. Fazemos amigos que querem buscar a Deus para que preencham a sede de amizade que temos.

4. Fortalecer e fazer amizades, mesmo que a pessoa não veja necessidade, o homem sempre precisa porque é um ser social e precisa sair de grupinhos fechados de amizade que nem sempre nos garantem algo bom.

E por fim.


5. Dar a vida pelo próximo, mesmo aos mais solitários que precisam de amigos, seja no grupo ou serviço, aos mais mal humorados, aos que tem pouca vida: "Dar a vida pelos irmãos, assim como Jesus".


"Sede um só corpo e um só espírito" que vai além de qualquer estrutura humana, faz com que caminhemos unidos ao passo que o Senhor chama a todos à santidade:
"sedes santos".

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cântico de Esperança


Do fundo do abismo clamo a Ti, Senhor!
Senhor, ouve a minha prece!
Estejam Teus ouvidos atentos
à voz da minha súplica!
Se tiveres em conta os nossos pecados. Senhor, quem poderá resistir?

Mas em Ti encontramos o perdão;por isso Te fazes respeitar.

Eu espero no Senhor! Sim, espero!
A minha alma confia na sua palavra.
(Sl 129, 1-5)

terça-feira, 3 de abril de 2012


Por que será que nos lamentamos tanto quando nos decepcionamos, perdemos e erramos? O mundo não acaba quando nos enganamos; ele muda, talvez, de direcção.
O problema é que julgamos os outros segundo a nossa própria maneira de olhar e nos esquecemos que existem outras perspectivas diferentes. Então, numa discussão, numa briga, pare um segundo e pense: "e se eu estiver errado?" É uma possibilidade na qual raramente queremos pensar.
O nosso "eu" nos cega muitas vezes. O nosso ciúme, o nosso orgulho e até, por que não, o nosso amor. Não vemos o lado do outro e nem queremos ver. E somos assim, muitas vezes injustos tanto com o outro quanto com a gente mesmo, já que nos recusamos a oportunidade de aprender alguma coisa com alguém. E de que adianta ter sempre razão, saber de tudo, se no fim o que nos resta é a solidão? Vida é partilha. E não há partilha sem humildade, sem generosidade, sem amor no coração.




















 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Via Sacra- Beata Alexandrina



Prólogo


Quanto custou a Jesus a sua vida na terra !
Não foi o Horto com o Calvário
sofrimento de algumas horas:
Toda a vida de Jesus foi Horto e Calvário.
Ele crescia em idade e sabedoria,
E nele e com ele crescia a cruz.
Não se separou dela um só instante:
Nela crescia, nela sofria,
Mas sempre com sorriso e bondade.


1ª Estação :


Jesus é condenado


Pilatos entregou-Lho para ser crucificado, e eles tomaram conta de Jesus. (Jo 19, 16)
Vejo e ouço a grande multidão
Que a uma só voz, sem piedade de mim,
Grita pedindo a minha crucifixão.
As minhas orelhas ouvem gritar:
« Morra ! Seja condenado ! »
Que gritos, os da multidão!
Recebo a sentença de morte.


Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo,
Como era no princípio, agora e sempre! Ámen.


2ª Estação :


Recebe a cruz


E Ele, levando a cruz às costas, saiu para o chamado lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota. (Jo 19, 17)
É tal o peso que me sinto mergulhar sob a terra.
Não carrego só a cruz, mas o mundo inteiro.
Poucos amigos... Quase só inimigos.


Glória ao Pai…


3ª Estação :


Cai pela primeira vez


Procurei, mas não havia ninguém para me auxiliar.
Fiquei espantado por não haver ninguém para me ajudar. (Is. 63, 5)
Caio sob o peso da cruz.
Parece-me que perco a vida.
Perdê-la para dar a vida a todos dá-me força.
Recomeço a caminhar.


Glória ao Pai…


4ª Estação :


Encontra a Mãe


Jesus vê a sua Mãe ali presente. (Jo, 19, 26)
Vem ao meu encontro a Mãezinha.
Olhamo-nos intensamente.
Eu caminho sempre. Ela também caminha,
Guiada pelo meu olhar
Que a feriu e lhe atraiu o coração e a alma.
Não carrego apenas a cruz, mas também a sua dor.


Glória ao Pai…


5ª Estação :


É ajudado pelo Cireneu

Quando O iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene e carregaram-no com a cruz. (Lc 23, 26)
A cada passo me parece que vou expirar.
Quero alguém que leve a cruz.
Há quem continue a levá-la não por amor mas por imposição.
Todavia eu dispenso-lhe tanto amor.
Tiram-me a cruz, mas eu sinto como se levasse sempre o seu peso.


Glória ao Pai…


6ª Estação :


Encontra a Verónica


Em verdade vos digo, sempre que fizeste isso a um destes mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes. (Mt 25, 40)
Vem ao meu encontro uma mulher que tem compaixão da minha dor.
Com que delicadeza e amor me limpa o rosto
Do suor, do sangue, do pó!
Como gostaria que se falasse deste gesto heróico!
O meu rosto e o amor do meu coração ficam impressos na tela.


Glória ao Pai…


7ª Estação :


Cai segunda vez


Ele entregou a sua vida à morte e foi contado entre os pecadores. (Is 53, 12)
A meio do caminho, grave é a queda.
Os lábios abrem-se-me em sangue
E beijam a terra na qual me firo.
Os olhares da minha alma estendem-se sobre a humanidade.


Glória ao Pai…


8ª Estação :


Encontra as santas mulheres


Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, mas chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos. (Lc 23, 28)
Seguem-me algumas mulheres; choram amargamente.
Olho-as com compaixão e murmuro para elas:
« Não choreis por mim, mas por vós ;
chorai as vossas culpas: são as causas das minhas dores ».


Glória ao Pai…


9ª Estação :

Cai terceira vez


Reduziste-me ao pó da terra, estou cercado por matilhas de cães. (Sl 22, 16-17)
É o mundo, é o céu contra mim! Caio.
Uma nova fúria dos algozes arrasta-me com força.
Ainda assim, do meu coração escorre só amor e compaixão por eles.


Glória ao Pai…


10ª Estação :


É despido


Repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para ver o que cabia a cada um. (Mc 15, 24)
Despem-me com uma fúria capaz de arrancar-me bocados de carne: que dores violentas!
Ser despido em público!
São muitas as risadas de troça.
Sinto que a Mãezinha quer cobrir-me com o seu manto.

Glória ao Pai…


11ª Estação :


É crucificado

Foi crucificado com os malfeitores, um à sua direita e outro à sua esquerda. (Lc 23,33)
Estendem-me sobre a cruz.
Ofereço eu as mãos e os pés para ser crucificado:
É um abraço eterno à cruz, à obra da redenção.


Glória ao Pai…


12ª Estação :


Morre na cruz


Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou : «Tudo está consumado.» Depois, inclinou a cabeça e entregou o espírito. (Jo 19, 30)
Faz-se escuro sobre o Calvário.
– Pai, perdoa-lhes, que não sabem o que fazem !
– Pai, meu Pai, até tu me abandonas !
– Meus filhos, tenho sede de vós !
– Minha Mãe, aceita o mundo: é teu !
É filho do meu sangue, é filho da tua dor.
– Tudo está consumado.
– Pai, entrego-te o meu espírito :
é para ti o meu último suspiro.


Glória ao Pai…


13ª Estação :


É deposto no regaço da Mãe


E José de Arimateia tomou o corpo e envolveu-o num lençol limpo. (Mt 27,59)
A Mãe, com Jesus morto nos braços !
Foi o amor que levou Jesus a dar a vida.
A Mãezinha continua a mesma missão de amor :
Amar-nos como Jesus.


Glória ao Pai…


14ª Estação :

No sepulcro

José depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. (Lc 23,53)
O amor, unido à graça e à vida divina,
Triunfou sobre a dor e sobre a morte.

Glória ao Pai…

Epílogo


Ó Calvário glorioso ! Ó cruz de salvação !
O sangue irriga a terra :
chuva fecunda, chuva de amor,
que reconcilia o Céu e a Terra !
Está reconciliado o Céu com a Terra !

http://alexandrina.balasar.free.fr/via_crucis_pt.htm